Os cookies vão acabar, e agora?

Desde 2019 o Google vem anunciando mudanças na forma de coleta de dados, visando aumentar a privacidade dos usuários. Ou pelo menos essa é a desculpa bonita que vem sendo amplamente divulgada.

O que são os cookies?

Os cookies são arquivos que ficam nos navegadores e servem para rastrear o comportamento das pessoas. Eles melhoram a experiência do usuário na medida em que salvam informações de login e senhas, preferências de navegação, e possibilitam que os usuários vejam anúncios personalizados. Os cookies são o que garantem que um homem não veja anúncios de absorvente, por exemplo.

Os cookies são bem antigos, utilizados desde os anos 1990, e cada vez mais passaram a ser utilizados de forma inteligente nas campanhas de marketing. Com os cookies, é muito mais fácil direcionar as campanhas e acertar em cheio o consumidor em potencial.

Mas em 2019 o Google deu início a um projeto de eliminação dos cookies, visando aumentar a privacidade do usuário. Outro objetivo é reduzir a quantidade de processos e ceder as pressões de diversos países, relacionadas à LGPD.

Sem os cookies, como fica o marketing digital?

Fica mais difícil, isso é certo! Sem nenhuma ferramenta de direcionamento de anúncios, o marketing digital acaba ficando igual o marketing tradicional: você cria um anúncio e lança ele na TV aberta. Lá, milhares de pessoas irão vê-lo, mas não temos controle nenhum sobre quem são essas pessoas e que tipo de produtos elas comprariam. Você tem uma enorme visibilidade, mas isso não quer dizer necessariamente que terá um enorme retorno.

Contudo, é óbvio que o fim dos cookies significa o nascimento de novas ferramentas para coleta de dados. A diferença é que agora esses dados não podem ser ligados a um determinado usuário, pois isso viola sua privacidade.

O próprio Google anunciou um projeto chamado “Privacy Sandbox”, que inclui diversos APIs (Application Programming Interface) que fazem o que os cookies faziam, sem violar a privacidade do usuário. Alguns deles categorizam os usuários como “membros” de um segmento do mercado. Ao fazer isso, é possível direcionar campanhas publicitárias daquele segmento. É certo que isso diminui um pouco a precisão da campanha, mas não da forma como se temia que acontecesse.

O Google é o primeiro navegador a fazer isso?

Não! Diversos outros navegadores já eliminaram os cookies à bastante tempo, como o Safari da Apple, por exemplo.

Contudo, essa eliminação dos cookies gerou alguns transtornos no começo. Sem os cookies, todos os anúncios feitos acabavam ficando sem um direcionamento específico, e qualquer pessoa podia ser exposta a qualquer tipo de anúncio. É claro que os anunciantes detestaram isso, e certamente tiveram uma queda em seu retorno. E é exatamente por isso que o Google, um dos maiores navegadores do mundo, está fazendo essa mudança da forma mais sutil possível.

O que se pretende é que os mecanismos que vão substituir os cookies sejam capazes de garantir que os anúncios cheguem ao seu público alvo, evitando prejuízos aos anunciantes e principalmente, ao Google.

E quando os cookies irão morrer?

Essa é uma boa pergunta.

Em 2019, disseram que seria em 2021. Em 2021, disseram que seria em 2023, e agora em 2023, disseram que será em 2024.

Tantos adiamentos certamente tem um motivo: dar mais tempo para que o marketing digital se adapte às mudanças e não sofra com algo repentino. E também, obviamente melhorar ao máximo as ferramentas que vão substituir os cookies.

Por isso, se você é marketeiro digital, aproveite esse tempo que ainda tem para se adaptar à essas mudanças. Faça a sua migração para o Google Analytics 4, porque isso irá te ajudar a entender melhor essa nova forma de fazer marketing digital.